Blindagem de veículos destinados ao carregamento de cargas de alto valor. É um custo ou investimento? Vale a pena?

07/03/2019 às 9:58 - Atualizado em 13/03/2019 às 10:01

No Brasil uma das grandes preocupações dos transportadores é o medo com o roubo de carga. Esse receio está fazendo cada vez mais empresas optarem pela blindagem de veículos para o transporte de cargas com alto valor.

O índice desse tipo de crime está crescendo cada vez mais e se tornando um motivo de preocupação. Prova disso é um levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas & Logística (NTC), que revelou uma alta de 42% no roubo de cargas no Brasil nos últimos 4 anos.

E essa taxa fica ainda mais evidente nos principais estados do país. A mesma pesquisa indicou que 81% do total de ocorrências registradas estão dispersas entre São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Para efeito de comparação, a nível mundial a situação do Brasil também é preocupante. O Brasil ocupa a sexta posição em uma lista com os países mais perigosos do mundo para o transporte de cargas. Veja o top 10 do ranking a seguir:

  1. Síria
  2. Líbia
  3. Iêmen
  4. Afeganistão
  5. Sudão do Sul
  6. Brasil
  7. Iraque
  8. Somália
  9. República Centro-Africana
  10. República do Mali

Como reverter esse quadro

Para reverter esse quadro, muitos empresários estão apostando na blindagem de veículos. Esse é um mercado que está crescendo cada vez mais e faz do Brasil líder mundial na contratação desse tipo de serviço.

Para comportar esse índice, dados da Associação Brasileira de Blindagem revelam que o país conta com uma média de 17 mil automóveis blindados todos os anos, desse total, cerca de 70% estão em São Paulo.

Em concomitância ao crescimento na blindagem dos carros estão as transportadoras do setor rodoviário, que investem cada vez mais nesse tipo de tecnologia para controlar os frequentes roubos que acontecem, tanto nas estradas como nas cidades grandes.

Blindagem de veículos: como é feita?

No caso do transporte de carga, a blindagem de veículos é feita por meio da troca de acessórios comuns por materiais extremamente resistentes e capazes de parar tiros disparados por diferentes armas.

Nesse sentido, as empresas de blindagem de automóveis explicam que existem dois locais em que os “revestimentos” podem ser feitos:

Blindagem da cabine

Nesse caso, a cabine recebe uma proteção tanto na lataria como no vidro capaz de proteger o motorista e outros ocupantes de uma série de armas.

Blindagem do baú

As tecnologias mais atuais permitem cobrir todo o baú do caminhão com chapas de aço de carbono. Também é possível customizar as portas do veículo com travas e fechaduras especiais que impedem a abertura antes do destino final.

Tipos de blindagens para veículos

Nem todos os revestimentos são iguais e fornecem a mesma proteção. Um empresário que deseja cobrir sua frota com diferentes níveis de blindagens de veículos, pode optar por três tipos diferentes de cobertura:

Nível 1: proteção para tiros de armas com calibre 22 e 38;

Nível 2: proteção para tiros de armas com calibre Magnum.357 e pistolas 9mm;

Nível 3: proteção para todos os calibres, desde o Magnum.44 até metralhadoras como a Uzi.

O processo de blindagem

A blindagem costuma demorar de 30 a 40 dias e ao final do período pode oferecer uma grande segurança, não só aos motoristas do fretado, mas também às transportadoras.

Vale ressaltar que após a blindagem o veículo costuma parecer mais pesado e o condutor pode ter algumas dificuldades para dirigí-lo. Apesar disso, após algum tempo existe a adaptabilidade e será possível aproveitar todos os benefícios oferecidos pelo serviço.

Realmente, a blindagem de veículos é um tema muito recorrente aqui na Negócios em Transportes. Nós já abordamos na revista o interesse de diferentes marcas por esse setor enorme e com muitas possibilidades. Veja mais sobre o assunto a partir dos veículos produzidos pela Scania e pela Iveco.

A blindagem de veículos é realmente uma tendência cada vez maior no mercado brasileiro. Com o aquecimento da economia a tendência é que esse setor cresça ainda mais nos próximos anos.