Iveco Bus dobra de tamanho no seu primeiro ano

27/07/2016 às 9:02 - Atualizado em 27/07/2016 às 9:02

Iveco Bus dobra de tamanho no seu primeiro ano

Iveco Bus dobra de tamanho no seu primeiro ano e promete ser uma opção interessante para os empresários, hoje muito dependentes de poucas marcas

Matéria da Revista Edição nº126, no ano de 2015

Um ano depois de iniciar os negócios no Brasil, a Iveco Bus apresenta-se como uma alternativa para um mercado até agora polarizado entre dois grandes fabricantes de ônibus urbanos. Para quebrar esse “engessamento” do setor, a montadora promete uma gama de veículos que proporcione ao empresário uma relação custo-benefício bastante competitiva diante da concorrência.

A consolidação da marca no segmento de passageiros chega a galope com uma parceria com uma nova encarroçadora e o lançamento de chassi para o mercado, atendendo às diferentes demandas de um país com um mercado muito customizado.   

Um dos modos de conseguir esse intento é a importação para o país do conceito de downspeeding, já aplicado ao motor N67 pela FPT Industrial, braço do grupo responsável pelo desenvolvimento e produção de motores.

O novo conceito é um contraponto ao já famoso downsizing. A ideia é oferecer motores de maior cilindrada e que levem o motorista a trabalhar em rotações menores. Essa façanha é possível com a otimização das curvas de torque e potência do engenho, de maneira a fornecer o melhor desempenho através da identificação do ponto de maior eficiência em baixa rotação, resultando num trem de força com elevada eficiência energética.

Humberto Spinetti, diretor de Negócios Ônibus Latin America da Iveco Bus, diz que a empresa tem tudo para continuar a crescer na região, graças a um portfólio que satisfaz a clientela. “Com certeza assumiremos um papel de destaque entre os produtores de chassis de ônibus”, antevê Spinetti, como reflexo de uma grande estrutura de desenvolvimento que a Iveco mantém junto à fábrica de Sete Lagoas, MG.

Essa estrutura inclui um moderno campo de provas praticamente no quintal do centro de desenvolvimento de produto, o que garante respostas muito rápidas às demandas do mercado e certificações também aceleradas.

O gerente de Marketing do Produto Ônibus, Gustavo Serizawa, comemora o desempenho da Iveco Bus na classe M3 – veículos com capacidade acima de 20 passageiros: “Evoluímos de 2,7% de market share para 7,3% apesar da crise.”

Na M2, que reúne as vans Daily, a performance foi igualmente vitoriosa. Apesar de o mercado ter patinado com uma queda de 20% nas vendas durante 2014, a montadora manteve a participação de 11,7% na categoria. “Muito desse resultado devemos ao excepcional baixo consumo de combustível”, assegura Serizawa.

Com dados compilados diretamente nos departamentos de tráfego de diversas viações por todo o país, a redução de consumo de combustível média chegou a 5% número mais que relevante para as empresas do transporte rodoviário de passageiros.

No caso do CityClass, além do motor Euro 5 pelo sistema EGR – que dispensa a adição de Arla – o consumo de combustível tem registrado variações entre 5 a 6 km/l. “Para um carro de 7,2 t é um resultado muito bom”, acredita Serizawa.

Em relação ao chassi 170S28, embora a Iveco Bus seja líder na Europa, o chassi para ser lançado no país rodou mais de 1,6 milhão de quilômetros e teve mais de 10 unidades destruídas para testar todos os tipos de suspensão. “Com o feedback dos clientes o projeto recomeçou do zero em outubro de 2013 e desenvolvemos um veículo totalmente brasileiro.”

De volta ao motor, os investimentos somaram R$ 2,5 milhões no N67, que para chegar ao estágio de lançamento sofreu 7 mil horas de testes, 400 delas em dinamômetros. Resultado, um common rail de 280 cv com conjugado de 950 Nm, para enfrentar qualquer parada, algo essencial num país de tantos altos e baixos. E incorporando uma preferência nacional: o motor dianteiro.

Alexandre Xavier, diretor de Engenharia da FPT Industrial, explica que o downspeeding é um conceito moderno e tem mostrado muito bons resultados. “Com ele temos maior cilindrada e isso garante mais torque em menores rotações e isso se estende até rotações maiores, o que reduz a necessidade de trocas de marchas”, diz ele.

Elétrico

A grande diferença dos motores nascidos com o downsizing é que estes trabalham estrangulados, enquanto os do downspeeding operam com folga. O motorista, então, intuitivamente percebe que o motor tem fôlego para enfrentar subidas em baixa rotação, o que resulta em menor consumo de diesel.    

Um produto que deve alavancar os negócios da Iveco Bus no Brasil é o Daily Minibus, que inicia um período de testes no país. Com baterias de sódio e níquel, o minibus tem autonomia de 130 quilômetros o que o habilita para linhas de trafego intenso nos centros das grandes cidades.

  Fabio Nicora, gestor da área de Inovação da Iveco, explica que os testes tem como meta aprimorar o projeto e adequar o produto ao mercado. “O Daily Elétrico já roda em alguns países da Europa e por aqui precisamos conhecer e estudar as variáveis de durabilidade, custos, desempenho e também de aceitação”, diz.

As baterias de sódio e níquel Fiamm Sonick Z5 alimentam o motor elétrico MES-DEA, de corrente alternada, é do tipo assíncrono, trifásico e controlado por um inversor de potencia refrigerado a água. Elas não exigem manutenção e também não tem efeito de memória, não viciam. Ou seja, podem receber recarga em qualquer situação. O tempo de recarga total é de oito horas por ciclo quando totalmente descarregadas.

O sistema de tração elétrica permite a máxima eficiência da energia embarcada, pois durante as frenagens o sistema funciona como um gerador que converte a energia cinética em energia de tração. Sempre que parado, o sistema desliga a direção assistida, uma vez que as luzes do sistema de abastecimento de energia 12 V tem uma bateria paralela.

A velocidade máxima do minibus elétrico é de 70 km/h quando carregado e 85 km/h vazio. Com um comprimento de 7 metros, seu pbt é de 5,6 t e tem capacidade para 19 passageiros mais o motorista.