Utilização do Bilhete Único na cidade de Campinas diminui assaltos

26/07/2016 às 9:09 - Atualizado em 26/07/2016 às 9:11

Bilhete Único na cidade de Campinas

Utilização do Bilhete Único na cidade de Campinas diminui radicalmente o número de assaltos nos ônibus urbanos e é aprovada pelos empresários

Um dos grandes flagelos que agridem as empresas de ônibus em todo o país parece ter sido neutralizado em Campinas, cidade de grande porte do interior paulista. Pois bem, em janeiro, pela primeira vez na história recente do transporte urbano da cidade nenhum dos 989 ônibus foi alvo de assaltantes.

A façanha é consequência de uma ação da Transurc – Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas e dos órgãos gestores do município, que implantaram o cartão eletrônico como moeda oficial do transporte coletivo da cidade.   

“A marca é representativa principalmente sob a ótica da segurança para os profissionais que trabalham nos veículos e os passageiros”, festeja Belarmino Junior, presidente da Transurc. Isso sem falar em tantos feridos e nos traumas causados às mesmas pessoas.

A implantação do novo sistema teve início no dia primeiro de outubro passado, depois de anos de estudos realizados a partir do monitoramento das ocorrência que se iniciou em 1998. O desenvolvimento da alternativa envolveu a Emdec – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, a Prefeitura da cidade, os operadores do Sistema InterCamp e a própria Transurc.

“Desde 1998, quando começamos a fazer o acompanhamento mensal das ocorrências, é a primeira vez que anunciamos um resultado tão significativo”, comemora Belarmino Junior. Para o empresário, a notícia  tranquiliza a todos. “É uma grande conquista para a cidade de Campinas”, afirma o presidente Transurc, entidade que reúne as cinco concessionárias que operam o transporte na cidade – a VB Transportes e Turismo, Itajaí Transportes Coletivos, Onicamp Transporte Coletivo, Expresso Campibus e Coletivos Pádova.

Zero Assaltos

Em setembro de 2014 haviam sido registrados 20 caso, um resultado bem melhor que as 61 ocorrências de agosto. Mas, a partir do dia primeiro de outubro, quando as tarifas passaram a ser pagas com a utilização de cartões eletrônicos, os casos despencaram de vez. No mesmo mês, o número registrado foi de apenas seis.

Depois de dezembro ter registrado a mesma marca, janeiro zerou o placar, para satisfação dos envolvidos no projeto. Para que se tenha ideia do progresso, em 2013 o número de ocorrências chegou a 329 casos, com um prejuízo registrado de 27 mil para as empresas. Em 2014, os 424 assaltos somaram R$ 31,4 mil. “Esses resultados comprovam que a decisão de adotar o pagamento com cartão eletrônico foi acertada”, contabiliza Paulo Barddal, diretor de Comunicação e Marketing da Transurc.

A resposta foi mais que positiva, pois apesar de a obrigatoriedade só valer integralmente a partir de março a adesão ao sistema é maciça, nada menos que 98% da população campineira aderiu à alternativa rapidamente. O bilhete único incorpora várias categorias, desde o Comum, o Vale-Transporte, Escolar, Especial, Gratuito, Idoso e, desde 23 de fevereiro, o Universitário.

Depois de cadastrado e de receber o Bilhete Único gratuitamente, o passageiro pode realizar até três integrações em duas horas. A recarga pode ser feita em 325 postos e pode fazer até duas viagens com o bilhete zerado – o desconto acontece na própria recarga. E, em caso de perda ou roubo, o saldo pode ser bloqueado e transferido para novo cartão. É possível comprar até R$ 600,00 em créditos.

Por sua vez, a extinção do cargo de cobrador está marcada para o final de março. “Ainda temos 502 funcionários trabalhando, mas tudo está seguindo uma programação”, diz Barddal. Para isso, desde agosto do ano passado existe o PAP – Programa de Aperfeiçoamento Profissional, para qualificar os cobradores e reaproveitá-los em outras funções.