Na colheita de cana-de-açúcar, VM 270 6×4 mostra flexibilidade

27/07/2016 às 7:32 - Atualizado em 27/07/2016 às 7:32

Na colheita de cana-de-açúcar, VM 270 6x4 mostra flexibilidade

Na colheita de cana-de-açúcar, VM 270 6×4 mostra flexibilidade e apresenta bons resultados na substituição de trator na tração de caçambas basculantes

Matéria da Revista Edição nº125, no ano de 2015

Desempenhar com eficiência a função de trator no talhão de produção de cana-de-açúcar não é tarefa fácil, principalmente para um veículo rodoviário por essência como o Volvo VM. O veículo, porém, vem demonstrando grande aptidão no grupo Usaçucar, o maior produtor do Paraná, especificamente na Usina Santa Terezinha, de Maringá, PR.

Em termos de transporte, para se ter ideia, o setor sucroalcooleiro é três vezes maior que o de grãos, 600 milhões de toneladas de cana para 200 milhões de t de grãos, em safras que alcançam até nove meses – várias empresas do segmento movimentam mais de mil toneladas de cana por hora.

Na Santa Therezinha a batalha diária é pelo aumento da eficiência e a diminuição dos custos para manter competitiva a produção de 1,894 milhão de toneladas de açúcar por ano e 492 mil toneladas de álcool residual. “A moagem da cana produzida em 353 mil hec é de 95% de cana de terceiros, e colhida 81% das vezes por meio mecânico”, diz Paulo Meneguetti, diretor Financeiro do grupo Usaçucar.

Tanto quanto é importante moer cada caniço produzido nesses milhares de hectares é importante conseguir a maior produtividade e por tabela a melhor rentabilidade possível.

O uso de caminhões rodoviários no talhão não é coisa nova e tem conquistado muitos adeptos por todo o país, graças à flexibilidade que permite. No caso da Santa Therezinha, o VM 270 6×4 movimenta-se com desenvoltura puxando dois reboques, um sobre chassi e outro atrelado, acompanhando a colheitadeira de cana-de-açúcar, que vai despejando nesses a cana já picada. Isso tudo acontece num ritmo forte.

Quando usado o trator, a ociosidade também era maior, isso porque o caminhão também é um veículo multifunção, algo muito importante numa cultura sazonal. Além disso, o VM 270 rígido faz manobras mais rápidas, elevando a produtividade, isso sem falar em custo de aquisição menor, reduzido consumo de combustível em relação ao trator. Bernardo Fedalto, diretor de Caminhões da Volvo, não tem dúvidas: “É a solução ideal para o transbordo de cana”. 

Adequação

Para adequar o veículo às severidades do serviço na colheita de cana, a Volvo fez uma parceria com os técnicos da usina para que fossem colocadas várias proteções, com o objetivo de evitar que componentes ficassem sujeitos à poeira, pedras e demais detritos que podem ser lançados pelos pneus nos componentes do veículo.

Com esse cuidado, os VM, são 24 em operação, têm seu índice de disponibilidade garantido, pois a necessidade de manutenção é menor. Entre os itens protegidos estão o catalisador, o injetor de ureia, as válvulas pneumáticas e a chave geral, sem falar da vedação e recolocação do radiador do ar condicionado.

Outra precaução foi aumentar a altura das suspensões dianteira e traseira, a primeira em 30 mm e a segunda em 20 mm, o que além de tudo aumentou o ângulo de ataque do caminhão. Chicotes elétricos também tiveram seus comprimentos estendidos, uma providência para facilitar o implementador. O VM além de ter eixo traseiro mais robusto, conta com bloqueio de diferencial, proporcionando saídas suaves em terrenos mais acidentados e escorregadios.

Os técnicos da sucroalcooleira, ainda, instalam pneus de alta flutuação, muito mais largos para que não haja qualquer problema de compactação do solo, o que fatalmente ocorre com o uso de pneus normais.

A montadora tem um portfólio completo para o ciclo sucroalcooleiro, depois da colheita, para operações mais pesadas oferece o FMX na configuração 6×4 e potências de 370, 380, 420, 500 e 540 cv, de acordo com a topografia e a severidade da aplicação.   

O rígido é ideal para os trabalhos mais pesados por apresentar alta capacidade de tração, aderência e estabilidade, sendo muito usados em configurações como Romeu e Julieta, treminhão, tetraminhão e pentaminhão. Enquanto isso, o cavalo-mecânico da linha FMX é utilizado nas transferências com rodotrens.

Já o FH opera desde as transferências de produtos acabados, açúcar e álcool, até na alimentação das moegas, tracionando neste caso composições do tipo bitrem ou rodotrem.

Para se ter ideia a frota de VMX do grupo Usaçucar chega a 500 unidades, 62 delas atuando no talhão, mas a maioria faz operações diversificadas. “Os VM circulam em qualquer ponto do canavial”, diz Francisco Mendonça, gerente de Caminhões VM, ele faz as vezes de caminhão de apoio, bombeiro, transporte de vinhaça, de insumos entre outras atribuições. Para isso, o VM pode ser adquirido com potência de 220, 270 ou 330 cavalos.

O sucesso da Volvo no segmento vem sendo cevado há muito tempo, com uma série de medidas para elevar a eficiência e a produtividade. Bernardo Fedalto, credita os 29,6% de participação dos pesados FMX à atuação da engenharia da Volvo, que desenvolveu um produto com dispositivos que facilitam em muito a operação. Entre eles cite-se o comando de suspensão no painel, sensor de carga, as caixas I-Shift para as versões de 270 e 330 cv em sua última geração e o Brake Mod.

O mercado de rodoviários fora-de-estrada têm-se elevado sobremaneira nos últimos tempos. Na Santa Therezinha, por exemplo, a colheita mecanizada já alcança 81%, mas o trator ainda acompanha a colheitadeira em 70% dos transbordos, enquanto os VM o fazem em 30%.

Meneguetti diz que é preciso dispor de um veículo flexível como o caminhão porque são muitas as aplicações constantes do ciclo da cana. Outra delas é o plantio, pois 20% das plantas são renovadas por safra. Também na hora da revenda, o caminhão mostra vantagem: basta voltar à configuração original, principalmente pneus.

A intenção do grupo Usaçucar é substituir os tratores por caminhões em breve, resta agora torcer para que a situação econômica melhore. Na safra de 2013 a empresa exportou 1,52 milhão de toneladas de açúcar e 121,68 mil metro cúbicos de etanol.