Os combustíveis do presente e do futuro no sistema de transporte dos ônibus brasileiros

01/03/2019 às 9:43 - Atualizado em 13/03/2019 às 9:47

O sistema de transporte no Brasil está passando por diversas transformações; e entre o transporte de passageiros não é diferente. As novidades no mercado desses ônibus fazem com que empresários se adaptem a diferentes serviços e forneçam cada vez mais atividades aos seus clientes.

O presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI), Eduardo Tude de Melo, comentou recentemente a “incessante busca do setor por novos avanços”:

“O transporte rodoviário de passageiros não está imune a transformações. [Um exemplo são] os ônibus elétricos que, por enquanto, estão restritos às operações urbanas, dada sua autonomia ainda limitada. Mas é de se esperar que, com o avanço das pesquisas e as limitações já impostas a alguns países europeus sobre redução do número de veículos a diesel, essa tecnologia vá evoluir”, revelou Eduardo Melo.

A China é um exemplo dessa tendência mundial, já que no país já existem mais de 300 mil veículos desse tipo prontos para o transporte de passageiro. A expectativa da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) é que até o final dos anos 2020 esse modelo de transporte se torne preponderante ao redor do mundo.

Mas e o presente?

No presente, o diesel ainda possui uma importância muito grande no sistema de transporte no Brasil. Em São Paulo, por exemplo, dados da Prefeitura revelam que 98,6% dos ônibus públicos que rodam pela cidade utilizam combustíveis fósseis, como o diesel.

Esse quadro não está distante dos ônibus particulares, que possuem o diesel como combustível predominante, o que pode ser um problema devido à instabilidade em seu preço.

Essa incerteza fez com que, em maio de 2018, a Associação nacional das empresas de Transporte(NTU) divulgasse uma nota à imprensa revelando um prejuízo de mais de 1 milhão de reais nos cinco primeiros meses do ano em decorrência do aumento no preço do combustível.

Ações diante desse quadro

Em um futuro mais próximo do que os ônibus elétricos está o gás natural. Recentemente a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) encaminhou uma proposta para o presidente eleito, Jair Bolsonaro, propondo a substituição do diesel pelo gás natural (GNV).

Por meio de um documento com 52 páginas entregue no dia 24 de novembro, a associação propõe que o GNV permitiria uma redução de 70% na emissão dos poluentes em veículos pesados, como é o caso de ônibus e caminhões.

Além disso, o gás natural representa uma economia para os empresários, o que poderia resultar em um avanço na economia. Um levantamento do Nexo realizado no final de 2017 constatou que em média, no Brasil, o GNV é aproximadamente um real mais barato por litro se comparado ao diesel.

Essa mudança pode propiciar às transportadoras uma economia e um avanço no sistema de transporte logística, já que um barateamento de uma das etapas do processo pode tornar os deslocamentos mais produtivos e positivos.