Um ano para esquecer

10/04/2017 às 2:05 - Atualizado em 25/04/2017 às 11:17

Pior ano da história da indústria de implementos, 2016 foi considerado o fundo do poço pelas lideranças, que se aliviaram um pouco com o aumento das exportações

O ano de 2016, definitivamente, foi o fundo do poço para o segmento de implementos rodoviários, na ponta do lápis os implementos rodoviários emplacados caíram 29,8% em relação a 2015. No total foram 61.996 unidades muito abaixo das 88.315 de 2015.

Alcides Braga, presidente da Anfir –Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, resume bem o animo geral do setor: “A indústria perdeu um terço do mercado, pior ainda é que, se enxergarmos o mercado desde 2015, o abismo de produção é ainda maior”, lamenta Braga.

No médio prazo, os balanços da indústria de implementos despenca desde 2014, por isso, o comparativo com 2015 é comparativo com curva muito abaixo da média. Este ano, o recuo dos emplacamentos em relação a 2014 foi acachapante: nada menos que 44,76%.

A queda já havia sido impressionante: de 159.870 unidades em 2014 para 88.315 unidades em 2015. Ou seja, em apenas dois anos a queda equivale a mais de dois terços do mercado apurado em 2014.

“A indústria encontra-se em situação muito delicada”, lamenta Braga. Há dois anos o setor empregava 71 mil trabalhadores em postos de trabalho direto e indiretos. Em 2016, o número de vagas ocupadas foi de 40 mil. “Sem alterações no modelo de financiamento e sem planos que voltem a fazer a economia crescer as empresas do setor não terão como aguentar”, desabafa.

O total de emplacamentos de pesados – reboques e semirreboques – foi de 23.187 produtos o que significa redução de 21,85% sobre o volume de 2015 quando o setor entregou 29.670 produtos.

Já no segmento de leves – carrocerias sobre chassis – o recuo nos emplacamentos chegou a 26,31%. De janeiro a dezembro de 2016 foram vendidas 2.006 unidades contra 3.014 produtos em igual período de 2015.

Em contrapartida, as exportações de implementos rodoviários seguem em alta. De janeiro a novembro de 2016 foram enviadas ao exterior 3.631 unidades enquanto no mesmo período de 2015 foram exportados 2.944 produtos, uma evolução de 23,3% em um ano.

Exportações

Tal resultado foi impactado com certeza pelo projeto de exportação da Anfir com a Apex-Brasil-Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. O volume de negócios que poderá ser realizado pela indústria deve ultrapassar os US$ 35,1 milhões.

“A receptividade dos mercados sul-americanos foi excelente”, afirma o presidente da Anfir. O programa acertado entre as duas entidades incluiu três rodadas de negócios e a participação em uma feira setorial. A primeira rodada de negócios foi na Colômbia, em junho; seguida da presença do setor na Expomina Peru 2016, em setembro. Em outubro foi realizada no Chile a segunda rodada de negócios e em novembro a terceira, em São Paulo, com a vinda de 11 empresas estrangeiras.

Em 2017 o projeto deverá continuar com a escolha de novos mercados-alvo. “Estamos definindo com a Apex-Brasil e nossos associados quais serão os próximos países”, explica Mario Rinaldi, diretor Executivo da Anfir. Além disso, as entidades planejam trazer ao Brasil em outubro um grupo de importadores latino-americanos para conhecer a Fenatran. “A Reed Exhibition Alcântara Machado está dando suporte a Anfir para concretizarmos esse passo importante na internacionalização do setor.”

 

Pedro Bartholomeu

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